Desembrulhando Boas Lembranças
#olhabempqbemtem… Em lembranças de ocasiões que nos fizeram muito bem.
Não sei se é a época do ano… Mas, para mim, conforme vão chegando as festas de final de ano, é cada vez mais notável bons sentimentos entre as pessoas. Faltam menos de quatro semanas para o ano de 2018 se ir por completo e nos espera os 365 dias do ano de 2019.
Provavelmente este ciclo de término e início faz com que muitos de nós pensemos, reflitamos e avaliemos com mais cuidado as nossas vidas. Afinal, é este período que muitas pessoas abraçam como uma nova chance para recomeçar.
Talvez isso explique porque, nesta semana, enquanto eu descascava milho para a minha refeição, comecei a desembrulhar boas lembranças como se uma atividade estivesse diretamente relacionada à outra.
É que nesta mesma época, no ano passado, eu e minha esposa retornávamos de uma aventura que mudaria o rumo de nossas vidas para sempre. Planejamo-nos, organizamo-nos, fechamos nossa casa e passamos 90 dias na Europa. Passamos por seis países, incluindo o continente africano e as terras de onde vieram Cabral e nossos outros descobridores. E até hoje temos imagens fotográficas e mentais guardadas, que nos inspiram neste projeto do “Olha Bem”.
Assim… Enquanto descascava o milho, ia sendo transportado de forma cada vez mais forte e nítida para o pequeno vilarejo de Weitsche, no norte da Alemanha.
Aquela era a nossa primeira experiência com o Workaway e colhemos naquela ocasião muitos bons momentos ao lado de Janis e Monica, e da Família Luft, nossos anfitriões. Poucos momentos de nossas vidas foram tão gratificantes como aqueles em que ajudávamos no funcionamento da fazenda. Ali, colhemos e descascamos milho, colhemos batatas, cuidamos das plantações de verduras e hortaliças. “Aprendemos” a fazer cerveja (ou, pelo menos, participamos de todo o processo de montagem) com um verdadeiro e premiado mestre cervejeiro.
Participamos de festas onde comemoramos e brindamos com a cerveja feita por nós.
Ficamos ali por um mês…
De lá fomos para uma Vinícola em Bacharach, uma pequena cidade no sul da Alemanha. Desta vez, ao contrário da experiência anterior, onde conhecemos apenas um casal de “workawayers”, conhecemos ainda mais pessoas, de vários lugares do mundo: México, U.S.A, República Tcheca e Alemanha… Ah… Foi quando conhecemos o Martin, um alemão que nos presenteou com sua ilustre companhia. Com seu jeito alegre e gentil nos mostrou um lado alemão que nunca pensaríamos que pudesse existir.
Foi uma experiência única. Nem eu nem ele falávamos inglês direito. Eu não sei nada de alemão, ele não sabe nada de português, mas nos entendemos muito bem e até fazíamos piadas um com o outro, acredite! Martin tornou-se um grande um amigo e nos comunicamos com ele até hoje. E viva o Google Translator!
Falando em boas amizades…
Depois de Bacharach fomos para outro Workaway em Portugal.
O plano inicial era preparar uma casa para o inverno em uma cidade da Normandia, na França. Mas as circunstâncias nos levaram até Midões na Quinta da Portela, onde vivemos muitos bons momentos ao lado de nossos amigos José e Hannie, um casal de holandeses que se apaixonaram por Portugal e pelo lugar onde vivem há mais de 20 anos.
Junto destes amigos, restauramos parte da quinta que, naquela ocasião, fora devastada pelo incêndio que atingiu algumas cidades de Portugal. Uma verdadeira catástrofe!
Mas ali, como em todos os outros lugares, aprendemos, vivemos momentos realmente inesquecíveis. E além dos lugares lindos que tivemos o privilégio de conhecer, conhecemos pessoas tão inesquecíveis quanto os momentos que vivemos.
Aqueles dias foram como as sementes que plantamos na Fazenda dos Luft… Afinal, até hoje, colhemos os frutos daqueles dias. Quando, por exemplo, vez ou outra tentamos traduzir as piadas que nosso amigo Martin nos envia em alemão. Ah… o humor alemão… tsc tsc
Aqueles dias foram como as ervas daninhas que tirei das videiras em Bacharach, da vinícola de nossa anfitriã Melanie. Ainda hoje elas me fazem refletir que nem sempre devemos dar ouvidos a certos comentários, pois o importante é deixar limpo nossos pensamentos para quem possam florescer boas ideias. O mesmo ocorre com as videiras, quando precisam que arranquemos as ervas daninhas para que elas possam crescer e florescer.
Aqueles dias foram como o trabalho em equipe que tivemos na Quinta da Portela, onde derrubamos enormes pinheiros que foram atingidos pelo fogo e não mais resistiriam. Assim plantamos mais 50 pequeninos pinheiros que ainda demorarão a crescer como os antigos. E talvez nem seus queridos donos consigam ver o crescimento deles, pois a lei da vida tem seu próprio tempo.
E foi neste momento que me dei conta de que já havia descascado todos os milhos.
De volta à cozinha de minha casa, enviei bons pensamentos para todos aqueles que marcaram nossa aventura de 90 dias no ano 2017.
Sempre que algo lhe remeter a boas lembranças, não hesite em desembrulhá-las. Reviva tudo o que aprendeu e ganhou com cada uma delas.
Muito obrigado a todos que fizeram parte desta viagem incrível.
E você? Desembrulhou alguma lembrança recentemente? Será muito bom ouvir sua história. Deixe-nos um comentário ou envie-nos sua história para querocontribuir@olhabempqbemtem.com.br.
Luiz Felipe Sandins Mendonça