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Os cuidados de uma horta

#olhabempqbemtem …Ter uma horta em casa.

Conforme contamos no post Viajar de uma nova forma, estamos trabalhando em uma fazenda. E essa semana tive a grande oportunidade de limpar uma horta, retirando as ervas daninhas que cercavam as hortaliças plantadas, conforme mostra a foto.

Quando fomos encarregados desta tarefa, fiquei atento às instruções, mas confesso que não me passou pela cabeça que seria uma tarefa difícil ou extraordinária. Bem… Até os primeiros 5 minutos…

Era uma tarefa que necessitaria de mais cuidados do que eu imaginara, caso eu quisesse apresentar resultados de qualidade, conforme eu estou acostumado a me cobrar.

A mim, coube cuidar da fileira de alface-de-cordeiro (valerianella locusta). É uma folha bastante comum na Europa porque, ao contrário da grande maioria das hortaliças, é possível ser colhida no alto inverno, em janeiro e fevereiro.

Ou seja, agora, no início de outubro, ela ainda está bem pequena. E as “ervas daninhas” a cobriam completamente.

Primeiro, tentei ser prático e ágil, utilizando as ferramentas para retirar pelo menos a maior parte das plantas que precisavam ser eliminadas. Aí percebi que poderia destruir as alfaces, ao invés de protegê-las.

Primeira Lição: Quando decidir ajudar alguém, coloque-se em posição de humildade

Depois de algumas tentativas, de levantar e abaixar; ora arrancando as ervas com as mãos, ora utilizando ferramentas, percebi que estava tendo cada vez mais progresso e agilidade quando apenas me ajoelhava e ia com as mãos de forma branda, firme e certeira naquilo que chamava de erva daninha.

Ajoelhar e seguir com calma era melhor.

Segunda Lição: Não julgue precipitadamente. verifique com cuidado em meio àquilo que parece ser uma “praga” o que realmente é positivo, o que é um “bom fruto”.

Então estava eu ali, ajoelhado e cada vez mais próximo daquelas pequeninas plantinhas verdes, que a princípio pareciam ser tudo a mesma coisa. Mas eu sabia que não era. Afinal, minha missão ali era deixar somente aquilo que havia sido plantado pelas mãos humanas.

E confesso que me confundia. E até passou pela minha cabeça que ali não tinha mais o tal “alface de inverno”. Afinal, eu não o estava encontrando.

Mas dei-me conta de que, em meio ao emaranhado de folhas, eu deveria separar pelo caule cada plantinha daquela. Quando consegui desfazer o trançado que as ervas daninhas faziam entre si, comecei a identificar claramente o que era o “alface” e o que não era.

Foi preciso separar “o joio do trigo”, sendo paciente e sutil para que os “frutos” aparecessem e as ervas daninhas perdessem a resistência que antes fora mostrada.

Terceira Lição: Nem sempre conseguiremos arrancar o mal pela raiz.

Agora já conseguia distinguir o pequenino alface das ervas daninhas. Mas percebi que, em alguns lugares, não poderia arrancar as ervas daninhas pela raiz sem que arrancasse o alface junto dela.

Precisava ter cautela. E em certos momentos deixar uma parte da raiz da erva daninha ali, para que o alface pudesse sobreviver. Sei que em determinado momento a erva daninha crescerá novamente. Mas elas sempre voltarão. Portanto, por mais que eu tenha limpado aquela horta, será necessário refazer esse processo de tempos em tempos.

Quarta Lição: Precisamos ter cautela e eliminar também o mal que se mostra longe, afim de preservar aquilo que desejamos.

Mas também foi preciso limpar ao redor. As ervas daninhas que não estavam “sufocando” a plantação, mas estavam à sua espreita, foram retiradas por precaução… Para que não ganhassem força novamente e pudessem, junto de outras ervinhas, serem essas plantinhas resistentes e sem utilidade para uma horta. Afinal, não podemos come-las, elas não dão flores, nem sombra, nem fortificam o solo.

Depois de uma manhã inteira, terminamos a limpeza da horta.

Horta após retirada de ervas daninhas.
Horta após a retirada das ervas daninhas. O alface-de-cordeiro é a menor hortaliça… A última fileira da direita.

E quem diria que essa tarefa poderia nos ensinar como nos ensinou?

Se compararmos a horta com nossas vidas, percebemos que estamos sempre correndo o risco de ter “parasitas” a nossa volta, que nos impedem de crescer e de dar frutos. Os “parasitas” podem ser várias coisas: pessoas, objetos ou até mesmo nossos próprios pensamentos.

Para nos livrarmos dessa situação, agir com orgulho não será a solução. É importante sermos sempre humildes, para buscarmos ajuda com precisão, esforço e firmeza.

Muitas vezes pode ser difícil identificar quem são os “parasitas” que estão nos impedindo de crescer. Mas, se “olharmos bem”, veremos que eles não são tão fortes como pensávamos. Se tivermos paciência e sabedoria para observá-los atentamente, veremos com mais clareza quem de fato está nos fazendo mal e quem não está.

Pode acontecer de não conseguirmos eliminar por completo aquele mal. Mas então basta lembrarmos que precisamos verificar todos os dias se há algo que está nos impedindo de crescer e de gerar bons frutos.

Por isso, tenha uma horta em sua casa. Talvez uma pequenina… Apenas do tamanho suficiente para te lembrar que os mesmos conceitos e cuidados que uma horta precisa ter, você também deverá ter em sua vida.

Espero que sua vida dê todos os frutos que você deseja, para que a cada dia possamos fazer nossa parte por um mundo melhor e do BEM.

Muito obrigado e… #olhabempqbemtem

Luiz Felipe Sandins Mendonça

Luiz Felipe Sandins Mendonça

Luiz Felipe é um empresário com alma de artista. Desde 2019, ele ajuda pessoas a terem mais saúde e qualidade de vida através dos produtos da Omnilife. Dono de uma mente extremamente criativa, otimista incorrigível, é ele o criador do Olha Bem pq Bem Tem.

5 thoughts on “Os cuidados de uma horta

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