Leituras do Bem

Queda de Gigantes e a trilogia O Século

Veja mais uma indicação de leitura do bem: Queda de Gigantes e a trilogia O Século. Essa é uma indicação bem diferente das duas primeiras: A Elegância do Ouriço e Trabalhe 4 horas por semana. São três romances! Mas não subestime… São leituras que considero obrigatórias para a vida! Leia este artigo e entenda o porquê.

O que ler sobre o século XX?

Como sou historiadora, é muito comum amigos e conhecidos me pedirem indicação de leitura a respeito de algum acontecimento ou período histórico. E, curiosamente, em um pequeno espaço de tempo, dois amigos me pediram sugestão de leitura para que pudessem entender melhor (e através de uma perspectiva histórica) o turbulento século XX.

Respostas óbvias de um historiador qualquer envolveriam, por exemplo, a indicação do famoso Era dos Extremos: o breve século XX, 1914–1991, escrito pelo historiador britânico Eric Hobsbawm em 1994. De fato, o livro de Hobsbawm é muito bom. Mas a minha resposta aos meus amigos foi uma só: leia Queda de Gigantes (2010), do romancista também britânico Ken Follet, e os livros que ele escreveu na sequência, formando sua trilogia sobre o século XX: Inverno do Mundo (2012) e Eternidade por um fio (2014).

Ken Follet é famoso por seus romances históricos. Ele já conquistou, e continua conquistando, leitores de todo o mundo com livros como: O Buraco da Agulha (1974), A chave de Rebeca (1980) e o Voo da Vespa (2002). Todos com a mesma característica de prender o leitor do início ao fim. É também de Ken Follet o belo romance sobre a Idade Média: Os Pilares da Terra (1989), que já virou série televisiva e que, sem sombra de dúvida, também é uma Leitura do Bem.

Mas porque indicar um romance, e não o livro de um historiador/escritor acadêmico, para entender o século XX?

Ken Follet escreve romances, mas o faz sempre consultando uma exímia equipe de historiadores que o ajudam a traçar um cenário histórico muito próximo daquilo que qualquer outro historiador conseguiria fazer. E em sua trilogia sobre o século XX, ele fez questão de que não houvessem erros! Você pode ver o depoimento dele nesse link aqui.

Por outro lado, ele fala de História com a leveza e emoção que apenas um romancista conseguiria transmitir. Ele consegue envolver o leitor em cada personagem, de forma a incluí-lo na história que está sendo contada. O leitor, a cada capítulo, identifica-se com um personagem diferente, compreendendo humanamente as ações dele.

E é por isso que Queda de Gigantes, Inverno do Mundo e Eternidade por um Fio são Leituras do Bem!

O século XX foi um século repleto de embates, lutas, guerras e superação. Diferenças e igualdades. Nas aulas de história, nos jornais, na televisão, há sempre mocinhos e vilões. Tudo fica muito reduzido aos fatos. E, na correria de nossas leituras, acabamos por tomar partidos sem sequer dar o benefício da dúvida ou mesmo ter compaixão para com o outro lado.

Ken Follet, como brilhante romancista que é, consegue mudar isso. Consegue mudar nossa perspectiva e colocar seu leitor em lugares e posições que eles jamais se imaginou! Consegue nos fazer entender ou, pelo menos, que queiramos entender as ações do outro. Consegue fazer com que tenhamos compaixão para com aqueles que viveram tão logo ali, que ainda são parte de nós: nossos pais, nossos avós, nossos bisavós.

Queda de Gigantes, Inverno do Mundo e Eternidade por um fio traçam todo o século XX.

O primeiro livro começa com a queda da nobreza e das grandes potências que levaram a eclosão da Revolução Russa e da Primeira Guerra Mundial. O segundo livro narra os momentos difíceis do período entre guerras e a ascensão e queda de Hitler ao poder, durante a Segunda Guerra Mundial. O terceiro livro narra os conflitos da Guerra Fria até a emocionante queda do muro de Berlim.

Mas Ken Follet narra tudo isso sob a perspectiva de cinco famílias de diferente nacionalidades: russa, alemã, norte-americana e britânica. Dessa forma, ele consegue dar conta dos principais eventos ocorridos, sem tomar partido de nenhum país, olhando para a História com uma perspectiva bastante ampla e humana.

Vai por mim…

Ao final de sua leitura, você ganhará muito mais que uma aula de História! Em meio a lágrimas, você entende que as decisões tomadas por nossos antepassados foram muito difíceis de serem tomadas, afinal. Em meio a lágrimas, você entende que para chegar onde estamos, foi necessário muita luta.

Você entende também que os dias de hoje não são piores do que já foram. Também não são melhores. Dependendo do ponto de vista e de onde você esteja, pode até ser bem parecido. Mas você aprende que “esses nossos avós” tentaram fazer o melhor que eles podiam. E, se eles fizeram, nós também podemos fazer. E é isso que devemos fazer. Se não por nós, ou por nossos filhos, pelo menos em honra a quem “nossos avós” foram e a quem eles tentaram ser e fazer.

Leia. São livros grandes. Mas isso absolutamente não importa! Você verá que vai lê-los na velocidade de quem não vê o tempo passar… Na velocidade de quem não quer que o metrô chegue ao seu destino e interrompa a sua leitura… Na velocidade de quem está amando aprender sobre tanta coisa! E, de brinde, ganhará muita diversão.

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Rachel Jaccoud Amaro

Rachel é historiadora por formação, escritora por vocação e fotógrafa nas horas vagas. Ama quebrar paradigmas e, exatamente por isso, abraçou o Olha Bem pq Bem Tem como projeto de vida.

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