#Inspiração (ou como prevenir bloqueios criativos)
#olhabempqbemtem …A inspiração
Você costuma ter bloqueios criativos para escrever? Se você não se considera um escritor, costuma ter bloqueios criativos para concluir qualquer outra atividade que seja importante para você?
Eu tenho bloqueios criativos com muito mais frequência do que gostaria de ter!
E sempre que os tenho, visualizo aquela cena clássica do filme Shakespeare Apaixonado em que o ator Joseph Fiennes, interpretando Shakespeare, amassa suas tentativas vãs de escrita e joga-as para bem longe.
Felizmente, hoje em dia não precisamos desperdiçar papel… Basta apertarmos as teclas Delete ou Backspace e está tudo resolvido. (Ou melhor, nada está resolvido!) Mas confesso que mentalmente amasso papéis e jogo-os bem longe, na esperança de que esta atitude fictícia aplaque a minha raiva e frustração.
“Ossos do ofício”… “Acontece nas melhores famílias”… E eu tento me convencer de que todo escritor passa por isso. (Será?) Quem sabe assim não consigo diminuir todas as expectativas que coloco sobre mim mesma?
Mas… Uma hora o texto tem sair, ou a solução tem que aparecer. Não é mesmo?
Técnicas de produtividade
Hoje em dia parece ser fácil resolver qualquer problema. Just Google it! Faça uma pesquisa no Google e logo vão lhe aparecer muitas sugestões sobre como lidar com a sua questão.
No caso do bloqueio de escrita especificamente, inclusive, há um muito bom do Viver de Blog. Chama-se 12 passos para vencer o bloqueio criativo e escrever textos memoráveis. E, se você é escritor como eu, recomendo fortemente a leitura.
Mas, e se você já tentou todas essas recomendações e outras mais do Google e nada adiantou? E se você já sabe qual é o seu horário de maior produtividade, e se você já tentou trocar de atividade, e se você já estudou etc etc… E se ainda lhe falta inspiração e nada aconteceu?
Pois é. Não sei se acontece com você, mas acontece muito comigo! E por isso esse texto é mais sobre empatia do que sobre técnicas de produtividade.
Bloqueio Criativo
Bloqueios criativos estão associados a múltiplos fatores: preocupações excessivas, fatores externos que não podem ser controlados por você, perfeccionismo, medo da não-aceitação, procrastinação. Enfim… A lista pode ser grande e muitas vezes pode resumir-se em uma “falta de equilíbrio mental”.
Por isso, faz todo o sentido buscar esse equilíbrio. É preciso dar-se conta que o perfeccionismo não existe. É preciso dar-se conta de que o outro não existe. Talvez seja preciso fazer terapia durante algum tempo. Talvez você precise de meditação. Talvez você precise praticar uma atividade física. Talvez você precise pedir a Deus. Quem sabe você não precisa dos seus finais de semana livres? Ou alguém vai lhe dizer para ler um livro… Talvez seja válido você chegar na sessão de acupuntura e pedir pela agulha da inspiração! (Eu faço isso! kkk)
Mas será mesmo?
Respostas prontas. Fórmulas, fórmulas, fórmulas…
A vida não tem fórmulas
Eu até acho que todos esses fatores são importantes, sim. Mas, não… Não posso acreditar que eles sejam fundamentais para destravar seus bloqueios, como uma fórmula mágica. Não pode ser assim que funciona!
Você consegue imaginar os grandes escritores dos séculos passados seguindo essas fórmulas? Você consegue imaginar Shakespeare em uma sessão de terapia ou Da Vinci deixando de lado suas multitarefas?
Claro que as técnicas de produtividade são muito importantes. Elas te ajudarão muito no dia a dia, a manter uma rotina e a produzir de fato. Mas eu sinceramente acho que a resposta para a inspiração e o desbloqueio criativo é bem mais subjetiva e simples. É viver.
Viver é uma inspiração
Para mim a escrita está muito associada às suas próprias experiências de vida. Porque, afinal, é preciso que o leitor acredite em você. É preciso autenticidade. É preciso que o leitor sinta a sua verdade.
Esses ingredientes você só terá se abrir a porta e sair para a vida.
Eu, por exemplo, nunca me senti tão inspirada do que quando vivi aqueles dias de Workaway na fazenda em Weitsche, na vinícola em Bacharach, na Quinta da Portela.
Não, não é preciso ir tão longe! E pode ser que fazer terapia ou praticar atividades físicas, ou qualquer uma das outras sugestões que lhe deram sejam partes importantes da vida para você (para mim foram, e são). Mas viva do seu jeito, sem fórmulas, sem receitas. Viva com vontade. Viva intensamente, aceitando o que a vida lhe dá.
E eis aí algo em comum entre os meus escritores preferidos: a vida. A vida era para eles uma inspiração.
E você? Está vivendo ou sobrevivendo? Já parou para pensar nisso hoje?
Você pode até não ser escritor. Mas já pensou que talvez esteja faltando um pouco mais de paixão naquilo que você faz? Pois é… Viva! A inspiração virá.
Rachel Jaccoud Amaro Mendonça
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