Viaje com menos e tenha mais
#olhabempqbemtem… Em valorizar a bagagem de experiências que se pode ter em uma viagem, em vez de valorizar sua bagagem de roupas e presentes.
Estamos em um período de férias. E isso muitas vezes remete a VIAJAR!
Por isso resolvi escrever este post com base em minha experiência de mais de 90 dias entre os meses de setembro a dezembro do ano passado.
Bagagem: eis um tema sobre o qual reclamei muito durante a nossa viagem. Sempre que íamos de um lugar para o outro, lá estava eu reclamando que havíamos levado muitas coisas desnecessárias.
E a cada reclamação eu repetia para mim mesmo (e para minha esposa) que nas próximas viagens eu levaria menos!
Eventualmente isso já acontece. Afinal, minha mochila sempre tem mais espaço do que a da maioria das pessoas. Não levo pente, escova, shampoo e qualquer outra coisa relacionada a cabelo. Para quê? Quem não entendeu basta ver uma foto minha que logo entenderá!
Brincadeiras a parte… A questão é que esse episódio me fez refletir em muitos aspectos. Muito além de o que levar ou não em minhas próximas viagens.
Muitos lugares e uma “bagagem de experiências”
Reclamei tanto da nossa bagagem que, como para me dar uma lição, ela não veio conosco quando chegamos de viagem.
Já adianto que nossas malas foram entregues uma semana depois pela companhia aérea. Mas o fato é que, enquanto elas não chegavam, foi necessário refletir sobre essa perda.
E se elas não chegassem? E nossas roupas? E as coisas que compramos? Por menor e mais leves que as nossas malas fossem, ali tinha a história de três meses…
E a conclusão a qual chegamos durante aquela primeira semana foi que… Não. Nossas malas não tinham três meses de história. A história quem carregava éramos nós. E, se as malas não chegassem, não teria problema. Porque o mais importante era nossa bagagem de experiências, a qual ninguém poderia nos roubar.
Outras bagagens
Desde que voltamos da Europa, já viajamos outras duas vezes aqui pelo Brasil. Sim, AMAMOS VIAJAR! Não é, nem nunca foi segredo para ninguém. E, de fato, nestas duas últimas viagens levamos muito menos em nossa mochila… E digo literalmente “nossa”, porque dividi o espaço de uma única mochila com minha esposa.
Tudo bem que não foram 90 dias. Foi aproximadamente uma semana em cada um desses lugares. Mas não tivemos quaisquer preocupações com relação a roupa. E foi muito bom perceber que o que levara era estritamente o necessário para mim.
Comecei a me dar conta que desta forma temos muito menos trabalho, muito menos preocupação! Menos trabalho e preocupação na arrumação das malas, tanto na chegada quanto na despedida. Menos trabalho e preocupação em relação ao que vestir. Foi tão prático que sobrou tempo para aproveitarmos outras coisas.
Tivemos mais tempo e carregamos menos peso.
Já tem bastante gente mundo afora que defende que ter menos, é ter mais… Mais tempo para você, para aqueles que estão ao seu redor, mais tempo para o pensar e refletir. Mais tempo para o agir.
É justamente sobre essa questão o documentário ‘Minimalism’: Um documentário sobre as coisas importantes, atualmente disponível na NETFLIX, ao qual recomendo que assistam. É também nessa linha a dica de início do ano do Marcio Libar, que vocês podem assistir aqui.
Por experiência própria, posso dizer que carregar menos peso pode ser libertador! É impressionante a sensação de leveza e liberdade que sentimos quando temos pouca bagagem. Não é a toa que quando solucionamos um problema ou esclarecemos uma questão utilizamos aquela expressão: “Tirou um peso de minhas costas”. É uma analogia bastante real.
É preciso ter sabedoria para saber o que levar.
Todos os dias carregamos algo. E, para mim, carregar MAIS não é necessariamente sinônimo de bom, nem de melhor… Já falei um pouco sobre isso no O que carregar em nossa caminhada.
Em nossa vida, em nosso dia a dia, é fundamental saber escolher “o que carregar” e “o que vestir”. Muito melhor do que vestir uma roupa diferente a cada dia, é vestir todos os dias a honestidade, a responsabilidade e o amor.
Quero me lembrar disso todos os dias. Porque não é só a questão de carregar o essencial e necessário, conforme já escrevemos em Necessidades Desnecessárias. É também saber que será tolice não levar nada. É preciso buscar equilíbrio. É preciso se desfazer de certas “bagagens”, e carregar outras que muitas vezes esquecemos de levar. É preciso selecionar.
Então, para finalizar, gostaria de sugerir que devemos, acima de tudo, observar. Olhar aquilo e aqueles que estão a sua volta. A partir daí, ficará mais fácil decidir o que levar, deixando sua bagagem mais leve e prática. Assim, acredito que sobrará mais força para irmos mais longe e vermos ainda mais, aprendermos mais.
Que nossos dias sejam leves e nossas bagagens cheias de bons ensinamentos para usar.
Muito obrigado e…
#olhabempqbemtem
Luiz Felipe Sandins Mendonça
Adorei a reflexão. E olha que ela serve não só para quem viaja, mas para nossa vida cotidiana também. 🙂
Olá Livia, fico muito feliz com o seu cometário. E concordo com você, quando escrevi esse texto meu desejo era que fosse uma reflexão para o que escolher para carregar no dia-a-dia.
Agradeço por fazer parte do “Olha Bem”, leitores como você são muito importantes para fazer com que essa ideia possa alcançar outras pessoas.
Muito obrigado! 🙂