Comportamento

Qual o seu legado?

#olhabempqbemtem … Refletir sobre o seu legado. Ser responsável por seu legado.

Talvez aqueles que possuem muito dinheiro aprendam em algum momento de suas vidas sobre o legado que receberão de seus pais e que deverão deixar para seus filhos.

Eu, particularmente, não entendo muito desse assunto. Não leio colunas sociais, não tenho muito interesse em ler sobre famílias abastadas e meu conhecimento sobre certas práticas restringem-se àqueles mostrados nas novelas globais que eu assisti durante a minha infância.

Recentemente, entretanto, com dinheiro ou sem dinheiro, dei-me conta que todos nós deixaremos um legado. E isso é assunto muito sério.

A maioria de nós muitas vezes, sem se dar conta, pode viver a vida como se isso não tivesse a menor importância… Mas tem…

De uma hora pra outra, algo ruim pode nos acontecer: um acidente, uma doença, morte repentina.

Como já dissemos aqui, esta é “A certeza mais incerta”. E ela não necessariamente envolve idade, saúde, classe social. Quando acontecer, como vai ser pra quem ficar aqui?

Quando pensamos em legado, pensamos em grandes feitos! Pensamos em herança, em grandes e pequenas fortunas, em patrimônio, em escritos ou em sabedoria registrada de alguma outra forma. Pensamos em trabalho, luta, ou pensamento que sirva às próximas gerações. Pensamos em grandes nomes que vão desde Martin Luther King Jr. até Marielle Franco.

Mas não é deste tipo de legado que gostaria de chamar a atenção aqui. Quero chamar a atenção para outro tipo de legado. Aquele legado que não tem graça nenhuma. O legado prático, do dia a dia, da rotina.

Se algo acontecer a você, quem é que vai correr atrás do prejuízo? Quem é que vai limpar a sua bagunça?

Pense bem sobre isso. Se você ficar doente e, ao mesmo tempo, incapaz de resolver seus próprios problemas. Ou, se você sofrer um acidente e perder o juízo ou até mesmo se você morrer… Vai sobrar pra quem?

Se você não tiver grandes fortunas e seu dinheiro não for suficiente para contratar despachantes, advogados, contadores, faxineiras, etc… Vai sobrar para aqueles que vivem mais próximos de você. Geralmente para aqueles que mais te querem bem. Ou, ainda, para aqueles a quem você mais quer bem.

São eles que correrão atrás dos melhores tratamentos para você. São eles que vão no médico com você. São eles que pagarão suas contas (com o seu próprio dinheiro ou não). São eles que correrão atrás da sua mudança. Ou do seu atestado de óbito e do seu enterro.

Eles te ajudarão. Eles agirão sem pestanejar. E eles sofrerão.

E qual foi o seu legado? Que tipo de problemas seus entes mais queridos terão que resolver caso algo lhe aconteça?

Não vejo muitas pessoas se perguntando sobre isso. No atual século XXI, a maioria de nós acredita que é livre para se viver como quiser! A maioria de nós, inclusive, não pensa que algo vai lhes acontecer até que aconteça.

Vivemos então acumulando, ou desacumulando o que quisermos. Fazendo quantas dívidas, ou quantos investimentos quisermos. Construindo ou desconstruindo quantas casas quisermos. Gerenciando quantos negócios quisermos! Sonhando o quanto quisermos.

E, sim, somos livres para tal.

Muitos de nós até agem acreditando que deixarão um legado muito bom para os que virão. Mas, na prática, o que acontecerá?

Pode ser que seus filhos não queiram nada do que você construiu. Pode ser que sua esposa ou esposo passe a viver muito mal por conta de todas as dívidas que você contraiu. Pode ser que os que ficaram tenham que entrar na justiça para reaver um dinheiro que era seu, mas que você nunca explicou que era (ou se era).

Pode ser que seus queridos estejam em apuros para descobrir senhas de suas contas e que, por isso, eles mesmos tenham que arcar com suas contas e dívidas por um tempo. Pode ser que eles tenham que arrumar a bagunça de sua própria casa.

E eles provavelmente perderão muitas horas para viverem uma vida que não era deles, uma vida que talvez eles não quisessem. E uma vida que está longe de ser chamada de “livre”.

Por um legado mais responsável

Tragédias, acidentes, imprevistos acontecem. E estamos a mercê deles diariamente. Ao mesmo tempo, se escapamos desses fatores ao longo de nossas vidas, viveremos cada vez mais. Afinal, a expectativa de vida da população mundial só aumenta e, consequentemente, há cada vez mais idosos no mundo, muitos com uma qualidade de vida bem aquém daquela que eles gostariam de ter.

Por isso, vejo muito bem em agirmos com mais responsabilidade em nossas vidas. Sim, somos livres para agirmos como quisermos. Mas devemos refletir sobre os possíveis problemas e soluções que podemos deixar para as pessoas mais próximas de nós, caso faltemos um dia.

Cada um tem sua vida e seus problemas… Cada um sabe se pode ou não arcar com um seguro de vida ou de saúde. Cada um sabe se pode ou não consumir menos e ter um fundo de reserva para futuras emergências. Cada um sabe se pode ou não deixar sua casa mais organizada. São boas práticas que devem ser pensadas e consideradas por todos nós.

Convido a todos refletirem conscientemente sobre essas questões. E, se você pensa regularmente sobre isso, comente conosco suas melhores práticas. Porque em um próximo texto, compartilharemos nossa experiência pessoal, com a qual temos aprendido muito! E aí você entenderá a foto que ilustra este post.

Rachel Jaccoud Amaro Mendonça

Rachel Jaccoud Amaro

Rachel é historiadora por formação, escritora por vocação e fotógrafa nas horas vagas. Ama quebrar paradigmas e, exatamente por isso, abraçou o Olha Bem pq Bem Tem como projeto de vida.

2 thoughts on “Qual o seu legado?

  • Célia F.K.Luna

    Você resumiu de forma muito interessante o que já penso. Há alguns anos já penso em não deixar problemas para minhas filhas resolvererm quando eu me for.. Fiz seguro de vida, tenho a escritura da casa, e já penso em passar a casa para o nome delas. Não quero deixar dívidas também. É difícil pensar que a vida acaba mas é uma realidade. Vejo pessoas da minha idade pensando ainda em construir coisas que levariam anos…Talvez eu soe um pouco pessimista mas eu acho que eu sou é realista mesmo… Devemos continuar sonhando mas não sonhos impossíveis de serem alcançados. Abraço para vocês!

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    • Oi, Célia! Que bom receber seu comentário. Eu penso como você… Devemos sonhar, sim, mas sempre com o pé na realidade. A vida é imprevisível e, no que depender de mim, também não pretendo deixar problemas pra ninguém. Suas filhas têm muita sorte de terem a mãe que tem! =) Abraços para vocês também!

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