ComportamentoViagens

Preceitos e Preconceitos

#olhabempqbemtem… Não rotular nada, nem ninguém, por conta de cultura e comportamentos.

Você acredita que já se livrou de boa parte dos seus preconceitos até que começa a planejar uma viagem para Marrocos e a primeira coisa que lhe passa pela cabeça é: medo… Ou, para dizer no mínimo, muito, muito receio.

Mas será que devemos nos aventurar? Será que é seguro sair na rua sem conhecer a cidade, parecendo um turista? São tantas histórias sobre assaltos, tratamento desrespeitoso às mulheres, desorganização… A lista de defeitos que as pessoas costumam mencionar é enorme.  Bastar fazer uma pesquisa no Google. E aí  você se dá conta de duas coisas:

A primeira é você está agindo para com os marroquinos da mesma forma como muitos estrangeiros tratam e pensam o Brasil. E, a ficha cai no sentido de que você TAMBÉM ainda tem muitos preconceitos.
A segunda é que você chega em Marrocos e ganha um tapa na cara. Não, não literalmente. Não fomos agredidos. Mas, sim, tratados com educação, respeito e cordialidade.

Logo no primeiro contato, o motorista do transfer nos recebeu com um sorriso e um amigável aperto de mão. Na sequência, o recepcionista do hotel, sem entender uma palavra do que dizíamos, fez de tudo para entender nossas necessidades e acabou nos levando até a esquina de uma rua principal para que conseguíssemos comer alguma coisa, passadas as 11 horas da noite.

Citados por serem bastante rudes, guardas do Palácio Real também foram solícitos quando perguntamos se podíamos tirar foto dos monumentos e, inclusive, saíram de seus postos para que as fotos pudessem ser tiradas. Fomos alertados para não tirar fotografia de pessoas na rua. Eu até entendo! Afinal, não gostaria que tirasse fotos minhas… Entretanto, um homem que descarregava madeiras de um caminhão, vendo que tirávamos fotos de uma mesquita, pediu que tirássemos foto dele mesmo e fez até pose!

Também fomos tratados com máxima cordialidade por garis. Vestidos com um uniforme laranja, assim como no Rio de Janeiro, eles paravam de varrer a rua quando passávamos.  Com um sorriso cordial, um deles chegou a nos dizer “Salamaleico”: um cumprimento árabe que significa “que a paz esteja sobre vós”.

Enfim, todas as pessoas as quais nos direcionamos esforçaram-se para se comunicar conosco, ainda que não soubéssemos francês, árabe, muito menos berbere… Eles tentaram nos entender, ensinaram caminhos, cumprimentaram-nos, sorriram…

Sem saber de onde vínhamos ou quem éramos, foram muito receptivos… Da mesma forma que os brasileiros costumam dizer que são ao receberem estrangeiros…

Aprendizado. É sempre melhor assim…

Marroquinos são gente como a gente. É claro que são! Tem seus problemas, tem suas qualidades… Seguimos tradições culturais bem diferentes. Mas, sem dúvida, é a tradição “Sapiens” que sobressai acima de todas. Somos humanos. Com enormes habilidades de se comunicar. Com a necessidade já comprovada de viver em sociedade.

Para lidarmos “BEM” uns com os outros, é preciso apenas querer.

Foi uma passagem muito rápida. Tínhamos apenas algumas horas da manhã para conhecer um pouco dessa cidade e resolvemos desbravar o bairro no qual estávamos hospedados. Por isso, não há muito mais a dizer… Mas temos certeza de que ali voltaremos. Muito em breve. E, agora, sem preconceitos.

Salamaleico e…
#olhabempqbemtem

Rachel Jaccoud Amaro

Rachel é historiadora por formação, escritora por vocação e fotógrafa nas horas vagas. Ama quebrar paradigmas e, exatamente por isso, abraçou o Olha Bem pq Bem Tem como projeto de vida.

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