Faça o que você quer ver acontecer
#olhabempqbemtem… Ter honestidade ao encontrar algo que não é seu e deixar a vista, onde encontrou.
O texto de hoje é sobre o mesmo tema que inspirou a criação do OLHA BEM PQ BEM TEM, conforme explicamos aqui!
Em resumo: é muito bom quando encontramos algo que perdemos; ou melhor, quando encontramos algo que não é nosso e fazemos o possível para devolver ao seu dono. Aliás, este também foi o tema desta CENA DO BEM aqui.
Como vocês sabem, estamos aqui na Alemanha há pouco mais de um mês em busca de novas experiências e aprendizagens. Mas já faz alguns anos que tenho a oportunidade de visitar este país. E o que hoje quero compartilhar notei desde a primeira vez que estive aqui, em 2014.
Essa semana, conseguimos fotografar uma cena que é bastante comum e exemplifica bem o comportamento alemão para com aquilo que não é seu.
Não sabemos detalhes, mas provavelmente alguém encontrou esse casaco no chão… Talvez ali no parque que continua através deste portão ou até mesmo neste local. E, ao invés de deixar onde estava ou até mesmo pegar para si, alguém encontrou o casaco e deixou-o a vista, para o caso do seu dono (ou melhor, o responsável dele rsrs) voltar e procurar.
A cena é tão comum que já aconteceu comigo e com minha esposa nessa viagem. Em diferentes ocasiões, cada um de nós perdeu um gorro (objeto tão desnecessário no Rio de Janeiro e tão necessário aqui). Nos dois momentos, bastou refazermos os caminhos percorridos para encontrarmos nossos pertences. Eles haviam caído e, num espaço de tempo e movimentação considerável,ninguém os havia sequer tocado.
Já tive a oportunidade de visitar outros países na Europa e confesso que não tenho certeza se essa prática se repete com tanta frequência como aqui na Alemanha… Não é simplesmente uma questão de “achados e perdidos”…
De uma forma geral, confia-se na educação, respeito e honestidade das pessoas.
É muito comum vermos lojas que expõe suas mercadorias na entrada de seus estabelecimentos, sem que haja qualquer tipo de fiscalização: nem de seguranças, nem de câmeras. Em mercados, restaurantes e lojas já presenciei diversas vezes o cliente aguardar por alguns minutos a pessoa responsável por receber o pagamento.
Nas cidades pequenas ou em estabelecimentos ao ar livre como os famosos Biergartens, há muitos banheiros públicos disponíveis. Em geral, eles estão sempre limpos e os responsáveis pela limpeza recolhem gorjetas em pratos que ficam na entrada dos banheiros. Sem vigias. Cheios de moeda. Ninguém toca.
Sem contar o fato de que metrô, ônibus e trens não possuem qualquer tipo de catraca. O acesso ao transporte público é baseado na confiança de que o cidadão pagará pelo serviço. E, claro, se você não tiver pago e for eventualmente pego pela fiscalização, pagará uma multa considerável…
E há ainda mais exemplos! No trânsito, tanto pedestres quanto motoristas fazem sua parte. Pessoas atravessam a rua na faixa de segurança, motoristas não ultrapassam o sinal vermelho. Em todos os casos, existe fiscalização e aplicação de multas… Mas não é por isso que as pessoas seguem as regras.
Qualquer um com mais de 15 anos que frequente uma escola sabe pelo menos um pouco do que aconteceu com a Alemanha durante o século XX. Duas vezes perdedora de Guerras Mundiais… Duas vezes arrasada, destruída política e economicamente. Duas vezes reconstruída. E, ainda que com todos os revezes que precisou enfrentar após o fim da Segunda Guerra Mundial por ter sido controlada por diferentes países, a educação foi sempre uma prioridade.
Muitas diferenças haviam entre os Estados controlados pela URSS e os Estados controlados pelos países capitalistas. Mas ambos valorizaram a educação. O resultado é uma sociedade que conhece o seu dever de cidadã, que respeita o espaço de cada um e que exige que sua ordem seja respeitada.
E é sobre isso que devemos refletir…
Atos simples, como encontrar um objeto que não é nosso e tentar de alguma forma devolvê-lo ao seu dono. Atos simples, como o do motorista que para na faixa de pedestres porque há alguém na calçada que precisa atravessar. Atos simples, como ter a honestidade de pagar por aquilo que consumiu ou que irá consumir.
São atos simples, mas que deveriam ser muito mais comuns do que são em nosso próprio país.
Que os alemães sirvam como exemplo para nós. E que possamos seguir o proposto no título deste post:
FAÇA O QUE VOCÊ QUER VER ACONTECER!
Se adotarmos essa prática como algo comum, teremos ruas limpas, mais respeito, menos violência… E tudo aquilo que queremos ver acontecer!
Se você conhece outros países, estados ou cidades que também costumam agir como o povo alemão, conte para a gente aqui nos comentários.
Muito obrigado e… #olhabempqbemtem
Luiz Felipe Sandins Mendonça
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