Um encontro com o respeito
#olhabempqbemtem… Respeitar culturas, opiniões, crenças e tradições diferentes das suas.
A Quinta da Portela foi a última de nossas experiências com o Workaway nesta viagem de três meses. Nos despedimos de Portugal com um retorno à cidade do Porto. E agora nosso próximo destino seria Paris: uma cidade que me encantou desde a primeira vez em que ali estive, há dois anos.
Chegamos cansados, mas felizes por todas as experiências vividas. E queríamos mais… Não estávamos ali em Paris para visitar os seus principais pontos turísticos, como fizemos da última vez. Agora, o ritmo era diferente. Queríamos respirar Paris e aproveitar de uma forma mais calma cada momento ali.
E um dos itens da lista era assistir uma missa com canto gregoriano na Catedral de Notre Dame, no domingo de manhã. (Se você não sabe o que é canto gregoriano, pode descobrir lendo aqui e ouvindo aqui). Claro que esta foi uma ideia de minha esposa que, como disse anteriormente, é historiadora e fascinada por igrejas, arte e tradições milenares.
Era uma inédita experiência para mim. Nunca havia assistido a uma missa católica!
Não sou católico, minha família também não. E, de antemão, deixo claro que minhas crenças tampouco serão tema deste post… Já há algum tempo decidi que não discutiria sobre religião com quem quer que seja, desde a última vez em que vivi um contratempo ao redor deste tema. O assunto aqui é outro…
Eu estava ali, sentado com a minha esposa nos bancos daquela imensa igreja, próximo ao altar onde aconteceria a missa. E tentei aprimorar ainda mais meu olhar, afim de avistar um BEM que me fizesse refletir e, assim, poder compartilhar com todos.
E a missa começou…
Em tom solene, seguiu-se uma liturgia muito bem definida e pautada em antigas tradições.
Tentei acompanhar a missa pela programação que havia recebido, mas confesso que tive grandes dificuldades, já que não domino a língua francesa e sou leigo no que diz respeito a liturgia católica.
Ouvia as palavras do padre e do canto ritmado, mas logo meus pensamentos se perdiam na imensidão daquela histórica construção que faziam propositalmente meus olhos se erguerem para o alto… Pensei que devia ser assim que as pessoas se sentiam ao assistir uma missa proferida em latim, sem ter quaisquer conhecimentos desta língua.
Não havia compreensão do que estava sendo dito, mas ao redor a solenidade da missa, a grandiosidade da construção, a luz que adentrava pelos coloridos vitrais, e tantos outros símbolos ali explícitos remetiam a algo maior, maior do que tudo o que estava ali.
Ao mesmo tempo, buscava um BEM e castrei pensamentos e ideias sobre muito daquilo que acontecia ao meu redor, pois não queria discutir religiões nem comigo mesmo.
Estes eram os meus devaneios quando então me dei conta de um grande BEM.
Para ilustrá-lo, cito uma frase do teólogo franco-alemão Albert Schweitzer:
“Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seus semelhantes”.
Em resumo, era este o maior BEM ali: RESPEITO!
Nos bancos, percebi que haviam outros turistas além de nós. Mas também parisienses, e um grupo que parecia ser de assíduos frequentadores. Apesar do público diversificado, a missa manteve seu tom solene o tempo todo. E mesmo aqueles que não seguiam o ritual, o observavam com profundo respeito. Quando me dei conta disso, fiquei muito feliz.
Acredito realmente que, no dia em que tivermos a noção do respeito pelas diferenças, sejam elas religiosas ou de qualquer outra natureza, viveremos todos os dias o BEM que tanto desejamos ter.
Somos diferentes. E devemos sempre respeitar o que o outro pensa, o seu espaço, suas tradições e sua fé.
Não precisamos mudar nossos conceitos se não quisermos, mas será sempre necessário respeitar as diferenças e individualidades de cada um.
Foi assim naquela manhã de domingo. Em meio a minha primeira missa, que não foi nem em português e nem em latim, eu tive um “encontro” com aquilo que todos desejam para si: o RESPEITO.
E respeito é o que o teremos quando apresentarmos e entregarmos respeito àqueles a quem desejamos que nos entregue o mesmo.
Que essa reflexão sirva para que nos lembremos de respeitar sempre!
Muito obrigado e… #olhabempqbemtem.
Luiz Felipe Sandins Mendonça
Belíssimo texto!
Certamente a possibilidade de um futuro melhor para o mundo passa pela prática do RESPEITO ao próximo e às diversas crenças e culturas que nos cercam.
Parabéns pela reflexão!
Muito obrigado, Aldilene!
Concordo com você nesta visualização de um futuro melhor quando todos adotarmos a prática do respeito ao próximo. Afinal, as diferenças para mim são também um dos principais fatores para melhorias em todos os sentidos. Afinal, imagine se todos pensássemos igual?!
Muito obrigado por seu comentário.
Lindo texto imaginei essa Igreja kkkk, com todo respeito vocês estão de parabéns por cada experiência vivida. Estou anciosa pela publicação desse livro kkkkk, viajem também esses meses com vocês . Beijos e muito mais muito boa sorte.
Olá Shirley!
Que bom que que nos “acompanhou” todos esses meses!
Realmente ficamos muito felizes e nosso intuito realmente é esse: essa troca de experiências e reflexões.
Enquanto ao “livro”… rsrs Ainda não pensamos sobre isso, mas acredito que será uma conquista memorável! Muito obrigado!
Sorte para todos nós! 🙂