Comportamento

Sonhos e ideais

“As pessoas grandes aconselharam-me a deixar de lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas e dedicar-me de preferência à geografia, à história, à matemática, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma promissora carreira de pintor”.

Iniciei esse post, pelo menos em meus pensamentos, com a ideia de escrever para a sessão de Leituras do Bem.

Isso porque, há poucos dias, reli um livro ao qual fui apresentado a algum tempo atrás… Em mil novecentos e eu tinha cabelo… (porque é assim que eu gosto de me referir a lembranças e acontecimentos distantes). Aliás, posso dizer que nessa época eram mil novecentos e eu tinha muiiitooo cabelo! Afinal, eu devia ter apenas uns 10 anos de idade quando li O Pequeno Príncipe pela primeira vez.

Sem dúvida, é um livro que recomendo a leitura quer você seja adulto ou não… Mas o porquê disso explicaremos mais adiante, na sessão leituras do bem. Este post focará em outra questão…

Há poucas semanas minhas noites antes de dormir eram acompanhadas com as páginas deste livro. Aliás, um hábito que nem sempre sigo, mas recomendo: ler romances ou livros de ficção antes de dormir; ler algo que relaxe e que faça com que aos poucos meus pensamentos sejam desligados dos problemas que eventualmente tivemos durante o dia. E reler O Pequeno Príncipe me fez muito bem.

Esse reencontro me fez reavaliar comportamentos e conceitos.

Reviver um episódio que ocorreu a tanto tempo atrás, fez-me refletir sobre aspectos que haviam se perdido em mim, sem que eu nem percebesse como, onde e porquê…

O homem de hoje, com sua bagagem de vida de mais de 30 anos, a cada noite assimilava sua leitura diferente do menino de 10 anos, de mais de 20 anos atrás…

E, talvez por isso, a todo instante eu sentia que estava sendo acompanhado por duas crianças: a do livro e a da memória.

A cada marcação de página, essas duas crianças me fizeram perceber que, com o passar dos anos, eu tinha perdido a inocência e a capacidade de agradecer aquelas pequenas coisas da vida… Aquelas pequenas coisas que são sempre lembradas pela sensibilidade de uma criança.

E a cada pausa da leitura embargada pelo sono, percebia que meus agradecimentos ao findar do dia ficavam mais leves e inocentes, deixando complexidades de lado e refletindo sobre como foi bom ter comparecido na despedida de grandes amigos que tenho, ou como era bom o fato daquela noite não estar tão quente quanto a anterior.

Olha bem porque bem tem… revivermos momentos que nos fizeram bem em alguma parte da infância.

Noite após noite, aquelas duas crianças foram me mostrando velhos desejos que foram substituídos, sonhos esquecidos, dons que foram encobertos pelo mundo ao meu redor que insiste em dizer o que eu deveria ter ou ser, sem que sequer eu mesmo tenha pensado sobre isso.

O adulto argumentava dizendo que esses esquecimentos faziam parte do ciclo da vida e das transformações pelos quais todos passam para chegar a fase adulta. Mas as duas crianças insistiam que o adulto deveria se lembrar das coisas que um dia o fizeram bem.

E assim o adulto fez.

Enquanto o adulto vagava com sua versão de 10 anos e O Pequeno Príncipe, ele lembrou-se de si. Lembrou-se que gosta de ser um cara extremamente criativo, do tipo que gosta de fazer, em primeiro lugar, piadas dele e para ele mesmo. Ele lembrou do quanto gosta de fazer e representar a arte, não importa o estilo. Ele lembrou-se do quanto gosta de ser amigo de todos.

As duas crianças prometeram continuar acompanhando aquele adulto. Em troca, fizeram o adulto prometer que ele jamais voltaria a abandonar essas suas principais características. O adulto prometeu inclusive que, se fosse necessário, ele deixaria de lado aquelas coisas que o faziam se distanciar de quem ele verdadeiramente era. Ele deixaria tudo o que o afastasse de seus ideais.

Busque você também um reencontro.

Crie oportunidades para se lembrar daqueles que eram apenas seus quando criança. Como você era? O que sentia? O que queria? Eu garanto que esse reencontro o fará relembrar dos sonhos, esperanças e ideais que você tinha, o fará lembrar daquilo que você tinha como sua marca registrada… E isso será fundamental para que você retome seus planos e transforme o seu próprio mundo em um lugar melhor.

Que esse texto possa te inspirar, te fazer refletir e relembrar daquelas coisas que te faziam tão bem e não prejudicavam ninguém… Afinal, eram apenas sonhos e ideias legendados como brincadeiras…

Para finalizar, apenas releia a citação de O Pequeno Príncipe, com a qual iniciei este post:

“As pessoas grandes aconselharam-me a deixar de lado os desenhos de jiboias abertas ou fechadas e dedicar-me de preferência à geografia, à história, à matemática, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma promissora carreira de pintor”. (Antonie de Saint-Exupéry, O Pequeno Príncipe)

Agora soou de outra forma, não é mesmo? Que não percamos nossas responsabilidades e senso de “gente grande”. Mas que também busquemos acreditar e alimentar nossos sonhos de criança… Pois são nesses sonhos que estará a chave para aquilo que nos tornará mais felizes.

Muito obrigado e… #olhabempqbemtem

Luiz Felipe Sandins Mendonça

 

Luiz Felipe Sandins Mendonça

Luiz Felipe é um empresário com alma de artista. Desde 2019, ele ajuda pessoas a terem mais saúde e qualidade de vida através dos produtos da Omnilife. Dono de uma mente extremamente criativa, otimista incorrigível, é ele o criador do Olha Bem pq Bem Tem.

2 thoughts on “Sonhos e ideais

  • Sandra Gomes Sandins Mendonça

    Magnifico! Um dos melhores que já li, realmente uma reflexão necessária a todos nós ditos “gente grande”, adultos que esqueceram suas crianças no passado. Resgatar esses sonhos, não é difícil, basta olhar bem a simplicidade das coisas que fazem bem que sempre achará a criança que, parecia perdida, mas que sempre esteve ali esperando para ser novamente reconhecida!
    Lindo texto meu “Pequeno Príncipe” … Amei! Parabéns!❤❤❤

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    • Uma grande felicidade ler comentários assim…
      Gratidão o que sinto e terá de mim sempre esse sentimento.
      Realmente se conseguirmos esse reencontro com a criança que um dia fomos podemos certamente contribuir para um mundo melhor.
      Muito obrigado por seu comentário Sandra, são sempre muito bem vindos!

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