Resiliência
#olhabempqbemtem …Ser resiliente.
Resiliência
fís propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.
fig. capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.
Origem: ⊙ ETIM ing. resilience ‘elasticidade’
Há um ano eu finalmente deixava o trabalho que tão bem me remunerava, para viver uma vida que eu realmente queria viver, em prol de um trabalho que eu achava que valeria a pena fazer, em busca de outros sentidos e experiências. E lembro bem o quanto aquele dia foi libertador.
Alguns dias antes, um amigo me perguntara: “Você se considera uma pessoa resiliente?” Eu hesitei… Anos fazendo terapia e eu achava que me conhecia bastante. Mas não soube responder. “Não sei, respondi”. Talvez sim, talvez não. Eu sei que precisarei ser. Mas talvez resiliência seja algo que adquirimos diante das necessidades, tal qual a tão almejada paciência.
Ah… A resiliência… Já faz alguns meses que tenho me lembrado dessa conversa diariamente.
Desde que voltamos de nossa última grande viagem, parece que nada tem dado muito certo. Imprevistos, perdas, acidentes, doenças… Nada incontornável, nada definitivo… Mas como atrapalha!
Somos todos os dias invadidos por aquela sensação de que “a bruxa está solta”, como no dito popular… Ou, como Shakespeare: “há algo de podre no Reino da Dinamarca”. Ou, ainda, “estamos sendo perseguidos pela famosa Lei de Murphy”.
A lista é grande e se faz presente até nos acertos finais para nossa atual viagem… Está difícil! E ainda temos que escrever aqui, sempre tentando ver o lado bom das coisas… Onde foi que eu me enfiei? rsrsrs
Resiliência…
Sempre soube que precisaria dela. E agora é hora de utilizá-la, mas não sei bem como… O que fazer? Ligar o botão do “deixa pra lá”? Replanejar? Fazer concessões? Abrir exceções? Buscar aliados? Reunir forças? Acima de tudo, não desistir… Claro. Se não, não seria resiliência.
Elasticidade, flexibilidade, adaptabilidade
Contrariando tudo o que pensava sobre mim mesma, alguns amigos já me disseram que sou bastante flexível. Sim, tenho minhas manias, crenças e hábitos bem definido e às vezes rígidos. Mas eles afirmam que sou muito boa em me adaptar às mudanças. E acredito que eles têm razão.
Mudanças sempre fizeram parte de minha rotina. Nasci em uma cidade que não era a dos meus pais. E pouco tempo depois já morávamos em outro Estado. Mudanças de casa e de escola me acompanharam muitas vezes. Talvez por isso, não faz sentido, tampouco, manter o mesmo trabalho durante muito tempo. Mudei de curso, mudei de faculdade, mudei de emprego, sempre que determinado assunto se esgotava.
Tentei explicar esse processo para minha mãe várias vezes. Na busca de justificar para ela minhas próprias decisões. Acho que em algum momento da minha vida ela também achou que eu não era resiliente. Afinal, por que eu deixaria uma carreira tão promissora no meio acadêmico?
Explicava que eu precisaria de anos para ser alguém no meio acadêmico, que aquela carreira não pagaria as minhas contas ou, ainda pior: com aquela carreira, infelizmente, eu não teria dinheiro para viajar! (Ou será que teria?)
Ah… Jovens… Jamais saberei se tomei a atitude certa. Só sei que jamais me arrependi. Tanto aprendi, tanto vivi fora do meio acadêmico.
Anos mais tarde, vi-me novamente no mesmo impasse, por outros motivos. Tinha dinheiro para viajar, mas vivia a maior parte do meu tempo enjaulada em um escritório, sem ver a luz do dia…
Necessitava de mudanças. Novas experiências. Novos aprendizados. Novas conquistas.
Não quero mudar, mas talvez seja preciso.
Em um período de 10 anos circulei por dois cenários completamente diferentes: o acadêmico e o corporativo. Acredito que me adaptei bem aos dois. Fui flexível a minha própria maneira. Mas superei e coloquei um ponto final em ambos. Ou reticências…
Fui resiliente? Não… Não acho que precisei ser resiliente. Até agora.
Nunca gostei tanto de minha vida como neste último ano. Apesar de todos os desafios, acho que nunca me senti tão feliz e realizada como me sinto agora. Tenho aprendido tantas coisas diferentes, tenho recebido muitos feedbacks positivos de tantas pessoas. Estou feliz fazendo o que eu escolhi fazer. Não quero mudar, mas talvez seja preciso encontrar algo, que ainda não sei para que a vida siga como eu gostaria que seguisse.
Pensando bem, talvez ninguém seja capaz disso 100%. E por isso talvez seja preciso reformular, atrasar, adiar, replanejar. Certamente será preciso manter a calma.
Mudar e desistir são a mesma coisa? Estou certa que não. Mas a linha que separa as duas coisas é mesmo muito tênue. E como podemos distinguir uma ação da outra?
Talvez a resposta esteja no sonho, naquilo que nos move, no amor. Mas, na real, eu não sei. Este texto não traz respostas. Apenas perguntas.
Mas, se for preciso, mudarei mais uma vez. Sem medo.
Vamos lá, Senhora Resiliência. 2017 foi maravilhoso, em 2018 estamos aprendendo muito e uma hora a tempestade vai passar. Sempre passa. Além do mais, vem mais viagens por aí!
Sejamos fortes, acreditemos em nossos sonhos e olhemos através de outras perspectivas, afinal #olhabempqbemtem
Rachel Jaccoud Amaro Mendonça
Trilha sonora deste post:
Definitivamente eu não sou resiliente. Preciso trabalhar mais isso em mim…
Que engraçado… Eu acho que você é bastante resiliente, sim, Roanna! Mas, como disse, provavelmente só mostraremos isso quando os desafios aparecerem. Tal como aquela “santa paciência”… Vamos trabalhar juntas! =)
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