Músicas do Bem

Man in the Mirror – Michael Jackson, 1987

“I’m gonna make a change,
For once in my life
It’s gonna feel real good
Gonna make a difference
Gonna make it right”

(“Eu farei uma mudança pela primeira vez na vida
Vai me fazer muito bem fazer a diferença, fazer o certo”)

Eis algo que é bem comum: você conhece uma música há muito tempo, escuta e gosta dela… Mas nunca parou pra prestar atenção no que ela diz! Isso pode acontecer até mesmo se a música estiver no seu idioma. Mas se estiver em outro, é ainda mais comum.

Eu sempre gostei muito de ouvir música! Tenho um pai bastante eclético em seu gosto musical. Por isso, desde muito pequena fui apresentada à músicas de todos os tipos e ia escolhendo aquelas que realmente me agradavam. Em português ou inglês, lembro que não sabia muito bem o que muitas delas queriam dizer. Mas carreguei várias delas comigo, ao longo dos anos… E, um dia, aos poucos, passava a entendê-las.

E lembro bem do dia em que, pela primeira vez, prestei atenção na letra de Man in the Mirror, lançada por Michael Jackson em 1987; de autoria de Glen Ballard e Siedah Garrett.

Quem é que não gosta dessa música? Acredito que a maioria goste! Porque ela tem uma batida gostosa, um arranjo muito bonito, a interpretação e a voz do Michael Jackson são perfeitas e aquele coro gospel no final te faz querer se mexer de qualquer jeito.

Mas, conversando sobre a música com várias pessoas, percebi que ainda tem muita gente que nunca prestou atenção na letra e não sabe o quanto Man in the Mirror é uma MÚSICA DO BEM.

Por que Man in the Mirror é uma Música do Bem?

“Estou começando com o homem no espelho
Eu estou pedindo a ele para mudar seus modos
E nenhuma mensagem poderia ser mais clara
Se você quiser tornar o mundo um lugar melhor
Dê uma olhada em si mesmo e faça a mudança”

Man in the mirror fala aquilo que a gente costuma sempre dizer aqui no Olha Bem porque Bem Tem: se queremos que o mundo mude, a mudança deve começar por nós mesmos. Como na famosa frase de Mahatma Gandhi: “Seja a mudança que você quer ver no mundo”.

Não importa qual justificativa damos ou se nos achamos insignificantes… É assim que é e é isso que faz o mundo girar. Se queremos mudança, devemos começar com nossas próprias atitudes.

“As I turn up the collar on
My favorite winter coat
This wind is blowing my mind
I see the kids in the streets
With not enough to eat
Who am I to be blind
Pretending not to see their needs?”

(“Enquanto eu dobro a gola do meu casaco de inverno favorito, o vento golpeia a minha mente. Eu vejo as crianças nas ruas, sem o suficiente para comer. Quem sou eu para estar cego, fingindo não perceber suas necessidades?”)

O que eu posso fazer?

A música menciona o hábito que temos de ignorar aqueles que passam necessidades a nossa volta. Ou até mesmo ignorar o próprio fato de que há gente passando por necessidades. Por isso, de certa forma, a música nos faz refletir também sobre o que poderíamos fazer para melhorar a situação dessas pessoas.

Obviamente, quando pensamos em pessoas necessitadas, pensamos em muitos clichês! As crianças que passam fome na África, os refugiados que precisam sair de seus países arrasados pela guerra… E é esse tipo de pensamento que nos afasta de uma solução. Afinal, o que eu poderia fazer por essas pessoas? E, se não posso fazer nada, nada farei.

Entretanto, ao pensarmos assim, nos esquecemos que há muita gente precisando de ajuda bem perto de nós. Ou ainda, há muita gente ao nosso redor para quem podemos fazer a diferença com um simples gesto de gentileza. Há muitos amigos para quem perguntamos “Está tudo bem?” sem aguardamos por uma resposta sincera, que nos dirá se de fato ele está bem. Pequenos gestos de atenção… Muitas vezes nem isso a gente faz!

“A willow deeply scarred
Somebody’s broken heart
And a washed-out dream
They follow the pattern of the wind, ya’ see
‘Cause they got no place to be
That’s why I’m starting with me

(“Um salgueiro profundamente arranhado, alguém com o coração partido e um sonho deixado para trás. Eles seguem o rumo do vento, você vê, porque não têm lugar pra ficar e é por isso que estou começando comigo”)

I’ve been a victim of a selfish kind of love (“Eu tenho sido vítima de um tipo de amor egoísta”)

Estamos sempre reclamando de como a vida tem caminhado… Aqui no Brasil, nos últimos anos especialmente, temos criticado muito nossa política, a corrupção e tudo que nossos governantes não fizeram para melhorar nossa qualidade de vida. Reclamamos e criticamos com razão! Mas vejo muito pouca gente, entretanto, refletindo sobre qual é o nosso papel em todo esse cenário. Que culpa temos no cartório? Em todo tipo de relacionamento, há culpados dos dois lados!

Man in the Mirror é uma Música do Bem porque faz com que reflitamos sobre o nosso papel no mundo. Ainda que tenhamos um papel pequeno, de meros coadjuvantes, o que podemos fazer?

Precisamos pensar nisso diariamente. Precisamos conversar mais com o Homem no Espelho! Precisamos refletir mais e com mais responsabilidade sobre quais candidatos vamos apoiar. Precisamos refletir mais e com mais responsabilidade se estamos dando a atenção devida àqueles que estão mais próximos de nós: companheiros, familiares, amigos. Precisamos refletir sobre o que fazemos com o nosso tempo. Precisamos começar com o Homem no Espelho.

Por isso, aumente o som e #olhabempqbemtem.

 

P.S. Man in the Mirror está na nossa playlist do Spotify. Se você ainda não ouviu, clique aqui e tenha um dia maravilhoso ao som de nossas “Músicas do Bem”.

Rachel Jaccoud Amaro

Rachel é historiadora por formação, escritora por vocação e fotógrafa nas horas vagas. Ama quebrar paradigmas e, exatamente por isso, abraçou o Olha Bem pq Bem Tem como projeto de vida.

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