Família
#olhabempqbemtem …Em lançar novo olhar sobre o conceito de família.
Tenho uma amiga de longa data que sempre admirou minha família. Ao longo dos nossos mais de vinte anos de convívio, ela sempre fez comentários do tipo: – Deve ser tão bom ter uma família grande e unida assim… Ou: – Essas viagens que seus pais fazem com vocês são incríveis… Queria que meus pais saíssem comigo assim como os seus saem com você. Ou ainda: – Seu pai é tão comunicativo. Deve ser legal ter um pai assim.
Eu sempre respondi: – É! É mesmo muito legal!
Realmente sinto-me abençoada por ter a família que tenho. Ganhei o pacote completo: quatro avós que mimam e a certeza de que estão sempre pedindo a Deus pela minha vida. Tios palhaços, que estão sempre nos garantindo altas gargalhadas. Tios mestres na arte de fazer churrasco e até com muitas outras especialidades! Tios que cantam e tocam música. Tias adoráveis, cheias de bom gosto, exímias cozinheiras, exímias costureiras… Prendadas como minha geração já não tem mais interesse em ser. Tias que são excelentes profissionais das mais diversas áreas… Mulheres do século XXI. Primos tão iguais e, ao mesmo tempo, tão diferentes de mim… Como que para garantir que haja sempre novidade entre nós! Pais que são referência. Que amam, que ensinam, que educam, que corrigem, mas que sempre apoiam minhas decisões. Irmãs amigas, que apesar de minha chatice, egoísmo e pentelhação, amam-me incondicionalmente.
Temos muitos defeitos. Como em qualquer relacionamento, brigas e discussões existem. Tabus existem. Divergência de opiniões, há muitas. O não-dito está sempre ali. Alguma intriga, existe também… Mas não é o que prevalece. E, no último Natal, isso ficou muito claro!
O Natal de 2017
15 pessoas saíram de suas cidades (Rio de Janeiro e São Paulo) para encontrar as 6 que moram em Curitiba (Infelizmente, não foi a família toda…). E foi uma farra! Recepção calorosa, muita comida, muita questão de passar o tempo juntos! Lotamos as casas dos curitibanos com malas e colchões. Ninguém tinha obrigação de estar ali… Só havia uma criança que não tinha outra escolha, mas que curtiu cada momento… Todos estavam ali por amor.
E quando tem amor, tudo é uma delícia!
As fotografias que tirei (mentais e digitais) se encarregarão de que eu não me esqueça dos nossos sorrisos durante aqueles dias de confraternização. Sorrisos, beijos e abraços espontâneos…
Sou mesmo muito grata por ter a família que eu tenho. Mas este post não é para aqueles que nasceram em uma família como a minha e que são felizes por isso… (Porque tem gente que tem família assim, mas que não gosta de ter… e tudo bem, é uma opção… E tem gente que não tem, e que nem gostaria de ter… Cada um na sua!).
Este texto é para pessoas como a minha amiga…
E é para dizer que família pode ser aquele grupo de pessoas que VOCÊ ADOTA como sua família. Família pode ser aquele grupo de pessoas que TE ADOTA como parte integrante dela.
Quando pensamos assim, abre-se um mundo de possibilidades!
Neste Natal em família, brilharam os “agregados”!
Lá em casa, chamamos de “agregados” aqueles que estão na família porque se casaram com algum integrante dela… Como estamos falando de minha família materna, seguindo essa lógica, meu pai é um “agregado” porque se casou com minha mãe. Meu marido é um “agregado” porque se casou comigo, e assim por diante. E os “agregados” brilharam!
Brilharam com seus dotes culinários. Brilharam com sua receptividade. Brilharam com seu senso de humor. Brilharam com sua atenciosidade. Brilharam com sua capacidade de trazer diversidade para aquilo que muitas vezes é homogêneo.
Eles brilharam, acima de tudo, porque estavam presentes e porque queriam estar presentes. Eles foram adotados e nos adotaram… E nossa família não seria a mesma sem eles! Eles não são “agregados”, na verdade. Eles são parte de nós!
E foi isso que um tio “agregado” disse a todos nós ao fim daqueles dias natalinos. Com seus quase 80 anos, recém-recuperado de um infarto, ele disse que estava feliz por ter vivido aqueles dias com todos nós. Feliz por ter presenciado a nossa alegria. Feliz por se sentir parte da nossa família. Feliz porque tinha valido a pena sobreviver ao infarto para viver aqueles momentos.
Seu discurso sincero encheu de lágrimas os olhos de seus ouvintes… “Agregados” e “Não-Agregados”.
Família, portanto, é aquela que a gente escolhe como sendo nossa.
Não me entendam mal. Não estou aqui dizendo que se você não gosta de sua família, deve abandoná-la a própria sorte… Cada um sabe dos seus próprios desafios em família e obrigações!
O que gostaria de frisar apenas é que, se para você esses momentos em “família” são importantes, se você sempre sonhou com isso… Você pode adotar uma “família” para si. Você pode ser adotado pela família de alguém… Você pode ter como “família” seus amigos, sua igreja, sua comunidade de fé.
Você pode se permitir sonhar com momentos assim. Você pode viver momentos assim.
Foi o que eu disse à minha amiga na última vez em que nos encontramos. E espero que ela pense bem sobre isso.
Com carinho.
Rachel Jaccoud Amaro Mendonça
Texto sensível e que desperta o “olhar para o bem”, inclusive, daqueles que nos cercam.
Que bom que gostou, Edilson! Muito obrigada por seu comentário!
Que lindo…bjs de uma das agregadas dessa grande família linda.
Que bom que gostou, Eliza! Beijos pra você também e obrigada por fazer parte da nossa família! =)
Meu comentário sobre o maravilhoso texto postado pela nossa querida Raquel. Nada a acrescentar. Foi perfeito seu olhar sobre tudo o que conteceu naqueles momentos que passamos ali. Não querendo mexer em nada, apenas e tão somente dar um subtítulo ao texto…Que tal…MOMENTOS? Na realidade foram inesquecíveis! Notei que fui citado, e é como você disse. Havia sinceridade em minhas palavras, pois estava contando uma experiência que tive, com Deus. Você deu destaque aos dotes de cada um. No humor, na culinária, nas brincadeiras. Lembrou dos ranhetas, dos briguentos,como você disse, eles existem em toda família. Mas, eles são, geralmente, os mais amorosos, sempre abertos para uma conversa amiga,
um papo agradável.São muito queridos e amados. Olha, chegou o MOMENTO de pensarmos em 2018, e pedir ao nosso Deus, que nos permita outros MOMENTOS abençoados como os que vivemos em família, neste Natal de 2017. J.N.Vidigal
Que bom ter aqui um comentário seu, tio Vidigal! Fico muito feliz que tenha gostado! =)
Concordo com você… Muitas vezes os ranhetas são os mais abertos a uma conversa amorosa e sincera… E acho que me incluo neste grupo! hahaha
Muito obrigada por ter tornado nosso Natal tão especial!
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