Bem-vindo a Marly-Gomont
Acho que é um agradecimento justo, quando as crianças podem ajudar seus pais.
Quando assisti Bem-vindo a Marly-Gomont pela primeira vez, o Olha Bem porque Bem Tem ainda não existia. Mas, há duas semanas, começamos a estudar francês e por isso resolvi rever este filme ainda disponível na Netflix. Felizmente, a sensação que tive da primeira vez foi a mesma de agora: que filme gostoso, que história bonita e divertida! Sem dúvida, um Filme do Bem.
Descrição
Lançado na França em junho de 2016, esta comédia de 1h e 36 minutos foi dirigida por Julien Rambaldi e apresenta um elenco impecável, que consegue nos fazer rir e chorar.
O filme é baseado na história real do médico congolês Seyolo Zantoko, pai do músico e rapper Kamini, um dos roteiristas do filme. A história, portanto, é contada a partir de sua perspectiva. E saber que o filme surgiu da admiração que um filho adquiriu por seu pai ao longo dos anos, deixa a história ainda mais bonita.
História
Em meados da década de 1970, recém-formado em Medicina na França, Seyolo recusa uma rentável oferta de trabalho em sua terra de origem, Zaire, para ser o médico de Marly-Gomont: uma pequena cidade na região de Picardie. A ideia inicial é obter a nacionalidade francesa e estabelecer-se na profissão, para depois, quem sabe um dia, abrir um consultório em Paris.
Seyolo, cheio de otimismo, leva sua família, esposa e dois filhos, para a pequena vila. Ao chegar lá, entretanto, a comunidade local não os recebe nada bem. Ignora a capacidade de seu novo médico e rechaça a ele e sua família de todas as formas de convívio social.
Seyolo esforça-se para mostrar toda a sua capacidade e sua “normalidade”. Apesar disso, e pressionado por sua esposa e familiares, vê seu sonho indo por água abaixo.
Por que (pq) “Bem-vindo a Marly-Gomont” é um filme do BEM?
Assim como em “He even has your eyes”, “Bem-vindo a Marly-Gomont” leva-nos a refletir sobre o racismo que ainda existe em nossa sociedade, sobre preceitos e preconceitos que estão tão enraizados ao nosso redor a ponto de não enxergarmos.
Ainda assim, sua narrativa é leve e, apesar do drama vivido pelos personagens, sobram cenas engraçadas, no melhor estilo: “É melhor rir para não chorar” ou “Seria trágico, se não fosse cômico”.
Seyolo é apresentado como um homem otimista, determinado, quase incansável. Para atingir seus objetivos, parece disposto até mesmo a abdicar de ser quem ele é. Para seguir com seu plano, às vezes chega a não perceber e entender os anseios daqueles que mais lhe importam. No final, entretanto, sua família não deixará que nem uma dessas coisas aconteça… A ajuda virá de onde menos se espera. E é quando eles mostram quem verdadeiramente são, que passam a ser aceitos por toda a cidade.
Marly-Gomont é um filme sobre alteridade e igualdade. É sobre ser pai e ser filho, sobre superação e gratidão, sobre adaptação e aceitação. É sobre aprender que o diferente pode somar (e muito)!
Assista ao filme enquanto ele ainda está disponível na Netflix e depois volte aqui para nos contar o que achou! Se tiver outros filmes do bem para nos indicar, por favor também nos conte!
Rachel Jaccoud Amaro Mendonça
Trilha sonora deste post:
Ola! Acabamos de assistir o filme, e adoramos ! Obrigada pela dica!
Célia kassab
Que bom saber isso, Celia! Muito obrigado por vir aqui nos contar! =)
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