Aceite o que a vida lhe dá
#olhabempqbemtem …Aceitar os desafios que a vida lhe dá. Aceitar os desafios pelos quais você mesmo pediu.
Reflexões sobre o pão francês
Outro dia, antes que as tempestades deste último mês estivessem ainda mais fortes, estava refletindo sobre o pão francês. Sim, aquele pãozinho da padaria sobre o qual cada um tem uma opinião diferente. Há quem goste dele branquinho. Há quem goste dele torradinho… E é muito comum as pessoas especificarem sua preferência à atendente da padaria. “5 bem branquinhos, por favor”. “6 bem escurinhos, por favor”. “Por favor, os 2 mais crocantes que você tiver”.
Acostumada com um pai que sempre preferiu os mais crocantes, e sem saber ao certo qual é a minha própria preferência, já fui indagada mais de uma vez pelo meu marido: “Ué… Mas porque você não pediu os mais branquinhos?” Como se fosse algo tão óbvio…
Eu não escolho os pães. Porque sou uma pessoa em constante dúvida, na verdade, acho libertador não precisar fazê-lo. Já é preciso decidir sobre tantas coisas na vida…
Era sobre isso que vinha refletindo quando voltava da padaria e subia uma grande escadaria: sobre as surpresas do saco de pão e as surpresas da vida. Algo como aquela famosa frase do meu filme preferido: “A vida é como uma caixa de chocolates, você nunca sabe o que encontrará” (Forrest Gump – O contador de histórias).
Enquanto subia as escadas da casa de meus pais, pensava que talvez fosse importante aceitar aquilo que a vida nos dá… Porque talvez o que recebemos seja exatamente aquilo que precisamos ter e aprender.
Aceite aquilo que a vida lhe dá
Fiquei bastante incomodada com essa minha própria afirmação. Como assim? Eu, a mais inconformada dos seres em um raio de vários quilômetros, vinha pensando na importância de aceitar? Em fração de segundos, pensei que não podia aceitar a situação da cidade do Rio de Janeiro, a situação política de nosso país, não podia aceitar tanta injustiça. Do que eu estava falando?
Respirei. Sou uma pessoa bastante lúcida às oito horas da manhã. Simplesmente não tinha cabimento interromper meus pensamentos para dar ouvidos a minha própria revolta.
Sim, aceitar. Como aceitei os pães que não escolhi, eu precisava aceitar os acontecimentos daquele terrível mês. Aconteceu. Não adiantaria espernear, não adiantava reclamar, nada mudaria a situação. Nada aceleraria o processo. Aceitar.
Ao mesmo tempo, concluí que aceitar era muito diferente de se conformar. Eu deveria aceitar, sim, mas me conformar, jamais.
Aceitar pode ajudar a enxergar o desafio com mais clareza. Você não pode mudar o desafio, nem desistir do jogo, mas como fará para superá-lo? Aceitar lhe ajuda a encontrar a solução. Aceitar pode lhe trazer muita lucidez. Aceitar é como aquela outra famosa frase de outro filme: “Mantenha seus amigos por perto e seus inimigos mais perto ainda” (O Poderoso Chefão 2).
Aceite aquilo que você mesmo pediu
Eu tenho bastante dificuldade em aceitar as circunstâncias da vida. Por mais que eu saiba que não adianta reclamar, ah… eu reclamo! E como reclamo! Eu esperneio, eu grito, eu choro. E olho sempre com muito espanto pra quem aceita sempre tudo do mesmo jeito que recebeu.
Exatamente por isso, dias após a reflexão sobre os pãezinhos, eu ainda pensava neles. E, obviamente, nos meus próprios problemas que recusava aceitar…
Até que fui confrontada por uma outra frase que sempre me acompanha: “Becareful what you wish for, / ‘Cause you just might get it all. / You just might get it all, / And then some you don’t want” (Home – Daughtry).
Apesar de ser o trecho de uma música, a frase é, na verdade, um ditado universal: “Cuidado com o que deseja, porque você pode conseguir tudo, inclusive algo que você não quer”.
Eu acho essa frase tão verdadeira, que sempre reflito sobre ela! E pensei: “Meu Deus! Será que eu desejei tudo isso?”.
A resposta veio da mesma pessoa que havia me solicitado os pães branquinhos: “Você não disse que queria ser uma pessoa desapegada? Você não disse que queria ajudar pessoas? Você não disse que queria ser uma pessoa mais atenciosa com aqueles a sua volta?”
Meu queixo caiu. É, eu havia mesmo pedido.
Para sermos melhores
O mês de março foi muito difícil para mim em diversos aspectos de minha vida pessoal. (Um verdadeiro inferno astral!). Mas ao fim dele, tudo fez mais sentido. A reflexão sobre os pãezinhos, meu filme preferido e minha frase preferida se encaixaram!
Por mais que eu tenha dificuldade em admitir, é mesmo muito importante aceitarmos tudo o que a vida nos dá. Aceitar a parte boa é fácil. Mas aceitar a parte difícil é que vale mais a pena!
São nos desafios e nos grandes obstáculos que estão as maiores oportunidades para nos tornarmos pessoas melhores, mais fortes, e que fazem realmente a diferença.
São nossas atitudes diante dessas dificuldades que moldam nosso caráter e que nos levam a um novo patamar… E, muitas vezes àquele patamar pelo qual você mesmo tanto pediu e desejou.
Que em nosso dia a dia saibamos identificar essas oportunidades e aceitá-las. É, sem dúvida, o primeiro passo para a realização dos nossos melhores sonhos.
Rachel Jaccoud Amaro Mendonça
Trilha sonora deste post:
Nossa playlist de Músicas do Bem no Spotify,
um ombro amigo para momentos difíceis.
Amei… um dos melhores textos já feito.
Parabéns
Obrigada, Eliza!!! =D
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